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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Foguete brasileiro leva experimentos científicos ao espaço
O foguete de sondagem brasileiro VSB-30 foi lançado com sucesso neste domingo (12), do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).
Programa Microgravidade
O principal objetivo do lançamento foi levar experimentos científicos, tecnológicos e educacionais a um ambiente de microgravidade. A carga útil do foguete foi recuperada depois de sua reentrada.
O VSB-30 foi lançado às 12h35, atingiu um apogeu de 242 quilômetros e um alcance de 145 quilômetros. O tempo de voo foi de 16 minutos e o foguete permaneceu um pouco mais do que cinco minutos em ambiente de microgravidade.
"Todos os objetivos da operação foram atingidos. Conseguimos lançar, rastrear e recuperar a carga útil do foguete com sucesso", afirmou o coordenador da Operação Maracati II, Cel. Eudy Carvalhaes.
A carga útil do foguete foi composta por projetos aprovados no Programa Microgravidade da Agência Espacial Brasileira (AEB), que tem o objetivo de viabilizar experimentos nacionais em ambiente de queda livre, onde se experimenta a aparente falta de peso.
Carga científica
A recuperação da carga útil foi parte crucial da campanha, já que, dos dez experimentos que voaram, sete precisavam da recuperação das amostras para serem estudados.
Desde que o programa da AEB foi criado nenhum foguete que voou com experimentos havia tido sua carga útil recuperada.
Por isso, uma equipe de 80 pessoas, dois helicópteros, duas aeronaves de patrulha e um navio de patrulha foram envolvidos na operação de resgate.
De acordo com o coordenador da recuperação da carga útil, coronel Renato Tamashiro, o avião patrulha avistou a carga útil antes dela atingir o ponto de impacto e, 33 minutos após o lançamento, ela foi recuperada.
"Somente com o resgate da carga útil conseguiremos dar continuidade às nossas pesquisas. Analisaremos as amostras e, em aproximadamente três meses, teremos os primeiros resultados", disse o pesquisador do Centro Universitário Faculdade da Fundação Inaciana de Ensino (FEI) de São Paulo (SP), Alessandro La Neve.
Ele é coordenador de dois experimentos, o Estudo do Efeito da Microgravidade sobre a Cinética da Enzima Invertase, e o Nanotubos de Carbono. O primeiro projeto já havia voado em outra operação de microgravidade, mas como a carga útil do foguete não foi recuperada, ele teve que repetir o experimento.
Para o coordenador dos experimentos, Flávio Corrêa, "um voo como esse é capaz de render até cinco anos de estudos para as universidades".
Esta operação envolveu experimentos de alunos da Secretaria Municipal de Educação de São José dos Campos (SP), o que, segundo Flávio, ajuda a divulgar a ciência e a tecnologia entre os mais jovens.
Participaram da operação unidades do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), destacando-se o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), os centros de Lançamento de Alcântara (MA) e da Barreira do Inferno (RN), além da Agência Espacial Alemã (DLR, sigla em alemão) e a Marinha do Brasil.
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